INTRODUÇÃO
Orar é falar com Deus, louvando, agradecendo, pedindo, suplicando, com a alma voltada para o Onipotente. A oração, assim, é um meio maravilhoso de chegarmos à presença do Senhor, de adentrarmos ao trono da graça, “com confiança, a fim de sermos atendidos em tempo oportuno”. A perseverança na oração é indispensável para demonstrarmos nossa confiança e dependência de Deus.
1. DOIS TIPOS DE ORAÇÃO
1. Oração convencional. É a oração feita pelo crente, na qual ele expressa seus sentimentos diante de Deus, sem um propósito de obter algo que dependa do exercício imediato da fé, como, por exemplo, a cura de um enfermo, a operação de maravilhas, sinais e prodígios, a expulsão de demônios, etc. E a oração que fazemos ao deitar, ao levantar, agradecendo pelo pão de cada dia, pela família, pela igreja, pelo emprego, etc. Se não tivermos cuidado, essa oração pode tomar-se rotineira, repetitiva, sem graça.
2. Oração da fé. É a oração pela qual se busca a obtenção imediata ou mediata de uma bênção para si ou para outrem. Normalmente, quando se fala em “oração da fé”, tem-se em mente a necessidade de um milagre de cura, libertação, vitória sobre problemas que desafiam a fé. Tiago orienta que, se alguém estiver doente, os presbíteros da igreja devem ser chamados, a fim de orarem pelo enfermo, ungindo-o, em nome do Senhor, “e a oração da fé salvará o doente…” (vv.14,l5a).
II. CARACTERÍSTICAS DA ORAÇÃO PERSEVERANTE
Perseverar quer dizer “conservar- se firme e constante; persistir, prosseguir, continuar”(Dicionário Aurélio). A oração perseverante tem esses significados.
1. E feita com fé (vv.5,6a). Tiago, exorta que, se alguém tem falta de sabedoria, deve pedi-la a Deus; pedindo, “porém, com fé, não duvidando”. Quem duvida é comparado pelo apóstolo como a “onda do mar, que é levada pelo vento e lançada de uma para outra parte” (v.6b). A dúvida é a inimiga número um da fé.
A fé é a confiança inabalável em Deus, sendo “o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não vêem” (Hb 11.1). Só persevera na oração quem tem fé. Quem não ora com fé é candidato a não receber nada da parte de Deus (v.7).
2. E paciente. A impaciência é o maior inimigo da oração perseverante. Nos dias apressados em que vivemos, são poucos os que se dedicam à oração perseverante. Hoje, em geral, as coisas têm a marca da pressa. A comida, por exemplo, é “fast food” (alimentação rápida, em inglês). A maioria dos crentes gosta mais da oração rápida, “instantânea”. A oração perseverante desafia a paciência do orante. Exige tempo, cuidado, interesse em estar na presença de Deus. A Bíblia diz: “Não te apresses em sair da presença dele…” (Ec 8.3a). Jesus ensinou a parábola do juiz iníquo (Lc 18.1-8), na qual ressalta o valor da persistência na oração (v.7). Em Mt 7.7, lemos “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e encontrareis; batei e abrir-se-vos-á”.
3. Leva em conta a vontade de Deus. Na oração perseverante, o crente espera confiando na Vontade de Deus para o que Lhe pede. Na oração-modelo, Jesus ensinou: “Venha o teu Reino Seja feita a tua vontade, tanto terrão como no céu (Mt 6.10). Ele orou, no Getsêmane, três vezes, submisso à vontade do Pai: “…não seja como eu quero, mas como tu queres” (Mt 26.39); “Meu pai, se este cálice não pode passar de mim sem eu o beber, faça-se a tua vontade” (Mt 26.42); na terceira vez, disse “as mesmas palavras” (Mt 26.44). O chamado Movimento da Fé ensina que nunca se deve dizer “se for da tua vontade…”. Isso é falsa doutrina. Submeter-se à vontade de Deus é sinal de humildade ante a soberania do Senhor. Há quem pregue que só se deve orar uma vez por um problema, dizendo que repetir a oração é falta de fé. Não entendemos assim, pois a Bíblia manda orar sem cessar (1 Ts 5.17); perseverar na oração (Cl 4.2). Homens e mulheres de oração passam, em média, pelo menos, uma hora de oração por dia.
III. ORAÇÃO PERSEVERANTE OU CONFISSÃO POSITIVA?
1. A confissão positiva. Segundo Hank Hanegraaf no livro Cristianismo em Crise, (CPAD), confissão positiva é um dos elementos básicos do Movimento da Fé. Um dos seus arautos modernos diz que recebeu diretamente de Jesus a “Fórmula da Fé”, que se constitui de quatro pontos:
1) Diga a coisa;
2) Faça a coisa;
3) Receba a coisa e
4) Conte a coisa. A confissão positiva é o primeiro ponto.
a) Tudo depende do indivíduo. Segundo essa doutrina, “positiva ou negativamente, tudo depende do indivíduo. De acordo com o que o indivíduo disser é que ele receberá”. Note-se, aí, que tudo depende do indivíduo. A vontade de Deus fica deixada de lado.
Para os que seguem essa doutrina, não se deve orar, dizendo “seja feita a tua vontade…”. Basta “decretar” que algo aconteça e deve acontecer! Tais ensinos têm levado muitos ao desespero. Certos crentes têm dito a enfermos que “decretem” sua cura e, depois, os doentes morrem; outros, “determinam” que devem ficar ricos, e isso não acontece. Cremos que Deus é Deus de bênçãos, mas Sua vontade é soberana, e Ele não pode ficar dependente da palavra positiva ou negativa de ninguém.
b) Não sabemos orar. A confissão positiva cai por terra, diante da afirmação da Bíblia em Rm 8.26, que diz: “porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis”. Ora, se não sabemos sequer pedir como convém, quanto mais “decretar” alguma coisa de que precisamos.
c) Confissão negativa. O fato de não aceitarmos a confissão positiva, na maneira em que ela é formulada, não deve nos levar ao caminho da confissão negativa, pessimista, em que o crente, lamuriando, diz: “Não posso, estou fraco, não sou ninguém”. A Bíblia nos ensina: “Posso todas as coisas naquele que me fortalece” (Fp 4.13). Note-se que tudo podemos “naquele” que nos fortalece e não em nossas declarações.
2. A oração perseverante. Na oração perseverante, o crente coloca-se na dependência da vontade de Deus, com paciência.
a) Não é obstinação. De acordo com a Bíblia, nenhum homem deve achar-se no direito de receber a resposta de Deus aos seus pedidos ou “decretos”. Moisés, o grande líder do êxodo, rogou a Deus que o deixasse entrar na terra prometida, mas o Senhor lhe disse: “Basta; não me fales mais neste negócio” (Dt 3.26). E ele não insistiu mais. Paulo orou a Deus três vezes sobre o “espinho na carne” e o Senhor lhe respondeu: “A minha graça te basta porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2 Co 12.8,9).
b) Nada tem a ver com pensamento positivo. A oração perseverante fundamenta-se na fé em Deus e na Sua vontade soberana. João, em sua primeira epístola, diz: “E esta é a confiança que temos nele: que, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve” (1 Jo 5.14). O apóstolo do amor doutrina sobre a eficácia da oração, enfatizando que Deus nos ouve “em tudo o que pedimos”, de modo que alcançamos as petições “que lhe fizemos” (1 J0 5.14,15). Se isolarmos o último versículo, cairemos na confissão positiva. Mas, ligando-o com o anterior, veremos que a expressão-chave é “segundo a sua vontade”. O pensamento positivo coloca a fé na fé; a fé nas palavras. Estas passam a ter um valor absoluto, independente da vontade de Deus. Oração perseverante baseia-se na fé, na paciência e na vontade de Deus.
c) É oração contínua. Um exemplo claro, na Bíblia, de oração perseverante, é a que a igreja fez por Pedro, quando ele fora preso por Herodes (At 12.5). Os irmãos oraram de modo contínuo, dia após dia. Ao ser liberto pelo anjo de Deus, Pedro dirigiu-se à casa de Maria, ainda de madrugada, onde “muitos estavam reunidos e oravam” (At 12.12). Se fossem adeptos desses ensinos modernistas, só teriam orado uma vez e ido dormir
IV. Deus responde s orações de Jeremias - 14: 1 - 18
A fome e a espada são inevitáveis (14.1-18). Jeremias lamentou que uma seca severa tivesse recaído sobre a terra, confessou tupecado da nação e pediu ao Senhor que restaurasse seu favor.
Respondendo, o Senhor apontou para a perversidade da nação, instruiu Jeremias a deixar de interceder pelo povo e anunciou que não aceitaria os sacrifícios hipócritas das pessoas. Jeremias criticou o fato de a nação depender de falsos profetas e de suas promessas de paz. Esses mentirosos seriam destruidos com o restante da nação.
A intercessão profética é inútil (14.19- 25.9). Mais uma vez, Jeremias intercedeu pela nação, lamentando suas condições, confessando seu pecado e pedindo a intervenção do Senhor. Ele reconhecia que o Senhor não podia ser comparado aos deuses-ídolos e que só ele era a fonte das bênçãos danação. O Senhor declarou que nem Moisés nem Samuel seriam capazes de interceder de maneira eficiente por um povo tão perverso. Os pecados do rei Manassés o haviam levado à ira (cf. 2Rs 21.1-18), e o povo não haviamudado o comportamento. Deus decretou que a morte, a fome e o exílio iriam espalhar-se pela terra.
O Senhor defende seu profeta (15.10-21). Jeremias lamentou mais uma vez a oposição que enfrentava (cf. 12.1-4). Ainda que fosse isento de maldades e tivesse declarado apalavra do Senhor com fidelidade, ele sofreu represálias. Ele questionou a fidedignidade de Deus e pediu ao Senhor que acolhesse sua causa. O Senhor lhe garantiu proteção e defesa divinas diante de seus inimigos. Entretanto, o profeta teve de confessar a sua própria falta de fé e de perseverança em sua missão.
V. O Ministério da Intercessão
“Busquei entre eles um homem que tapasse o muro e se colocasse na brecha perante mim, a favor desta terra, para que eu não a destruísse; mas a ninguém achei.” - Ezequiel 22:30
“Antes de tudo, pois exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens…” - I Tm 2:1
Há três ministérios para os quais fomos chamados: Adoração, Intercessão e Testemunho. A maioria de nós tem praticado o primeiro e o último. Há falta, contudo, de genuína intercessão.
Interceder significa literalmente “interpor-se”, “colocar-se entre”. É se colocar entre Satanás e a sua força de destruição e aquele a quem ele quer destruir, e livrar o oprimido. É colocar-se entre Deus e alguém que carece do favor divino, e clamar por libertação. É se por na brecha do muro em prol daqueles pelos quais Cristo derramou o seu preciosíssimo sangue, e clamar para que a graça de Deus os alcance… Interceder é gastar horas a sós na presença de Deus em fervente oração, em prol de alguém ou de alguma causa. Intercessão é o parto de alma espiritual que traz à luz filhos espirituais.
Há na Bíblia registros de intercessões maravilhosas, como por exemplo a de Abrão quando o Senhor estava para destruir as cidades de Sodoma e Gomorra (Gênesis 18: 22-33); Moisés clamou e Deus mudou os seus desígnios para com o povo, retirando o mal que dissera havia de fazer (Êxodo 32:11-14); no dia seguinte, novamente Moisés intercedeu com profundidade de alma:
“Agora, pois perdoa-lhes o pecado; ou, se não, risca-me, peço-te, do livro que escreveste.” (Êxodo 32: 30-25). O salmo 106:23 testifica sobre o resultado destas intercessões de Moisés dizendo: “Tê-los-ia exterminado, como dissera, se Moisés, seu escolhido, não se houvesse interposto, impedindo que sua cólera os destruísse.”
O maior exemplo contudo é o do Senhor Jesus que “pelos transgressores intercedeu” (Is 53:12 - Mc 15:28 - Lc 22:37). Intercedeu por Pedro (Lc 22:31,32). Pelos seus escolhidos, na oração sacerdotal (João 17). Jesus gastou apenas três anos e meio no exercício do seu ministério público entre os homens, e já há quase dois mil anos “está à direita de Deus” a interceder por nós (Rm 8:34) e “pode salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles.” (Hb 7:25). Antes do Pentecostes, houve incessante oração no Cenáculo. A oração no Monte precedeu aos Dez Mandamentos. A intercessão de Estevão resultou na conversão de Saulo de Tarso, que veio a ser o grande Apóstolo Paulo (Atos 6:57-60). A intercessão precede a salvação. É Getsêmani antes do Calvário! Antes da sua morte na cruz, o Senhor Jesus agonizou em intercessão por nós no jardim do Getsêmani, e fomos salvos.
Em Isaías 59:16 já estava previsto que o Senhor não acharia quem o ajudasse a interceder, assim, Jesus lutou sozinho em parto de alma para gerar filhos espirituais. É o que está escrito em Isaías 66:8 “pois Sião, antes que lhe viessem as dores, deu à luz seus filhos”. Ana agonizou em oração pedindo um filho, e, mesmo sendo ela uma mulher estéril, o milagre ocorreu, e o filho lhe foi dado por Deus (I Sm 1:9-18).
David Brainerd, jovem missionário enviado para pregar no terrível oeste americano, para os sanguinários índios peles-vermelha, morreu com apenas trinta e três anos de idade, tuberculoso, dentro de uma cisterna onde procurava se esconder da friagem, clamando: “Dá-me almas, senão eu morro”. Após a sua morte ocorreu um fenômeno: - milhares de índios se converteram por toda parte!
Suzana Wesley, mesmo sendo mãe de dezenove filhos, orava cerca de uma hora por dia. Dois dos seus filhos juntos ganharam milhares de almas para Cristo. São eles João Wesley, o Pregador, e Carlos Wesley, o Poeta e Compositor, autor de mais de 1500 hinos!
João Oxtoby, orava com tal fervor que passou a ser conhecido como “Joãozinho da oração”. O concílio da Igreja Metodista estava para tomar a decisão de fechar o campo missionário de Filey, uma vez que vários pregadores já haviam sido enviados e não estavam alcançando resultados. Joãozinho comovido pediu mais uma chance para aquele povo. O concílio decidiu atender. Como não havia nenhum obreiro disposto a ir, Joãozinho se apresentou e foi! Nas primeiras pregações nada ocorreu… Joãozinho então se embrenhou na mata e, em agonia de alma, orava, mais ou menos assim: “Não podes fazer de mim um palhaço! Eu disse aos crentes lá em Bridlington que tu vivificarias a tua obra, e agora é preciso que assim o faças. De outro modo nunca mais terei coragem de lhes mostrar o rosto… então o que dirá o povo sobre a oração e a fé…” Depois clamou: “Filey está conquistada! Filey está conquistada! E saiu cantando e clamando pelas ruas:
“Voltai-vos para o Senhor e buscai a salvação”. Milhares se converteram. - transcrito do Livro: Paixão Pelas Almas, de Oswald J. Smith.
John Hyde, conhecido como “O Homem que Orava”, foi missionário na Índia. Inicialmente nas suas intercessões pedia a Deus que lhe desse a conversão de uma alma por dia. Deus ouviu e atendeu a sua oração. Passou, então, a solicitar duas almas por dia. Deus lhas deu. Aumentou o número para quatro! Milhares se converteram na Índia. Na sua biografia “O Homem Que Orava”, é registrado que John Hyde orava com tamanha intensidade de alma, que uma certa feita, um seu companheiro de oração não suportou permanecer ao seu lado, porque um calor muito forte encheu todo o aposento…
No texto de Ezequiel 22:30 o Senhor diz que não achou intercessores, que se pusessem na brecha do muro e clamassem pelo povo. Esta falta ainda continua sendo sentida em muitas igrejas. Quando há intercessões, almas se convertem.
Há registros históricos de que “diversos membros da congregação de Jônatas Edwards haviam passado a noite inteira em oração, antes dele haver pregado o seu memorável sermão: “Os pecadores nas Mãos de Um Deus Irado”. O Espírito Santo se derramou em catadupas tão poderosas, e Deus se manifestou de tal maneira, em santidade e majestade, durante a pregação daquele sermão, que os anciãos lançaram os braços em redor das colunas do templo clamando: “Senhor, salva-nos, que estamos caindo no inferno!” - transcrito do Livro: Paixão Pelas Almas, de Oswald J. Smith.
A base para o crescimento da igreja está na oração de intercessão. Aprouve a Deus estabelecer assim. Se queremos contemplar conversões precisamos semear na comunidade profundo amor e paixão pelas almas perdidas, e insistir neste mister até que, voluntariamente, comecemos a ver nas reuniões de oração da igreja lágrimas sendo vertidas em prol dos pecadores perdidos.
Não há fórmulas, métodos, ou estratégias mais eficazes para a conversão de pecadores, do que a fervorosa intercessão.
A igreja precisa entrar em parto de alma para gerar os seus filhos espirituais
VI. A INTERCESSÃO
Dn 9.3 “E eu dirigi o meu rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração, e rogos, e jejum, e pano de saco, e cinza.”
Pode-se definir a intercessão como a oração contrita e reverente, com fé e perseverança, mediante a qual o crente suplica a Deus em favor de outra pessoa ou pessoas que extremamente necessitem da intervenção divina. A oração de Daniel no cap. 9 é uma oração intercessória, pois ele ora contritamente em favor da restauração de Jerusalém e de todo o povo de Israel. A Bíblia nos fala da intercessão de Cristo e do Espírito Santo, e de numerosos santos, homens e mulheres do antigo e do novo concerto.
VII. A INTERCESSÃO DE CRISTO E DO ESPÍRITO SANTO
(1) Jesus, no seu ministério terreno, orava pelos perdidos, os quais Ele viera buscar e salvar (Lc 19.10). Chorou, quebrantado, por causa da indiferença da cidade de Jerusalém (Lc 19.41). Orava pelos seus discípulos, tanto individualmente (ver Lc 22.32) como pelo grupo todo (Jo 17.6-26). Orou até por seus inimigos, quando pendurado na cruz (Lc 23.34).
(2) Um aspecto permanente do ministério atual de Cristo é o de interceder pelos crentes diante do trono de Deus (Rm 8.34; Hb 7.25; 9.24; ver 7.25 nota); João refere-se a Jesus como “um Advogado para com o Pai” (ver 1Jo 2.1 nota). A intercessão de Cristo é essencial à nossa salvação (cf. Is 53.12). Sem a sua graça, misericórdia e ajuda que recebemos mediante a sua intercessão, nós nos desviaríamos de Deus e voltaríamos à escravidão do pecado.
(3) O Espírito Santo também está empenhado na intercessão. Paulo declara: “não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis” (Rm 8.26 nota). O Espírito Santo, através do espírito do crente, intercede “segundo Deus” (Rm 8.27). Portanto, Cristo intercede pelo crente, no céu, e o Espírito intercede dentro do crente, na terra.
VIII. A INTERCESSÃO DO CRENTE
A Bíblia refere-se constantemente às orações intercessórias do crente e registra numerosos exemplos de orações notáveis e poderosas.
(1) No AT, os líderes do povo de Deus, tais como os reis (1Cr 21.17; 2Cr 6.14-42), profetas (1Rs 18.41-45; Dn 9) e sacerdotes (Ed 9.5-15; Jl 1.13; 2.17,18), deviam ser exemplos na oração intercessória em prol da nação. Exemplos marcantes de intercessão no AT, são as orações de Abraão em favor de Ismael (Gn 17.18) e de Sodoma e Gomorra (Gn 18.23-32), as orações de Davi em favor de seus filhos (2Sm 12.16; 1Cr 29.19), e as de Jó em favor de seus filhos (Jó 1.5). Na vida de Moisés, temos o exemplo supremo no AT, quanto ao poder da oração intercessória. Em várias ocasiões ele orou intensamente para Deus alterar a sua vontade, mesmo depois de o Senhor declarar-lhe aquilo que Ele já resolvera executar.
Por exemplo, quando os israelitas se rebelaram e se recusaram a entrar em Canaã, Deus falou a Moisés que iria destruí-los e fazer de Moisés uma nação maior (Nm 14.1-12). Moisés, então, levou o assunto ao Senhor em oração e implorou em favor dos israelitas (Nm 14.13-19); no fim da sua oração, Deus lhe disse: “Conforme à tua palavra, lhe perdoei” (Nm 14.20; ver também Êx 32.11-14; Nm 11.2; 12.13; 21.7; 27.5; ver o estudo A ORAÇÃO EFICAZ). Outros poderosos intercessores do AT são Elias (1Rs 18.21-26; Tg 5.16-18), Daniel (9.2-23) e Neemias (Ne 1.3-11).
(2) O NT apresenta mais exemplos, ainda, de orações intercessórias. Os evangelhos registram como os pais e outras pessoas intercediam com Jesus em favor dos seus entes queridos.
Os pais rogavam a Jesus para que curasse seus filhos doentes (Mc 5.22-43; Jo 4.47-53); um grupo de mães pediu que Jesus abençoasse seus filhos (Mc 10.13). Certo homem de posição implorou, pedindo a cura de seu servo (Mt 8.6-13), e a mãe de Tiago e João intercedeu diante de Jesus em favor deles (Mt 20.20,21).(3) A igreja do NT intercedia constantemente pelos fiéis. Por exemplo, a igreja de Jerusalém reuniu-se a fim de orar pela libertação de Pedro da prisão (At 12.5, 12). A igreja de Antioquia orou pelo êxito do ministério de Barnabé e de Paulo (At 13.3). Tiago ordena expressamente que os presbíteros da igreja orem pelos enfermos (Tg 5.14) e que todos os cristãos orem “uns pelos outros” (Tg 5.16; cf. Hb 13.18,19). Paulo vai mais além, e pede que se faça oração em favor de todos (1Tm 2.1-3).
(4) O apóstolo Paulo, quanto à intercessão, merece menção especial. Em muitas das suas epístolas, discorre a respeito das suas próprias orações em favor de várias igrejas e indivíduos (e.g., Rm 1.9,10; 2Co 13.7; Fp 1.4-11; Cl 1.3,9-12; 1Ts 1.2,3; 2Ts 1.11,12; 2Tm 1.3; Fm .4-6). Vez por outra fala das suas orações intercessórias (e.g., Ef 1.16-18; 3.14-19; 1Ts 3.11-13). Ao mesmo tempo, também pede as orações das igrejas por ele, pois sabe que somente através dessas orações é que o seu ministério terá plena eficácia (Rm 15.30-32; 2Co 1.11; Ef 6.18-20; Fp 1.19; Cl 4.3,4; 1Ts 5.25; 2Ts 3.1,2).
IX. PROPÓSITOS DA ORAÇÃO INTERCESSÓRIA
Nas numerosas orações intercessórias da Bíblia, os santos de Deus intercediam para que Deus sustasse o seu juízo (Gn 18.23-32; Nm 14.13-19; Jl 2.17), que restaurasse o seu povo (Ne 1; Dn 9), que livrasse as pessoas do perigo (At 12.5,12; Rm 15.31), e que abençoasse o seu povo (Nm 6.24-26; 1Rs 18.41-45; Sl 122.6-8).
Os intercessores também oravam para que o poder do Espírito Santo viesse sobre os crentes (At 8.15-17; Ef 3.14-17), para que alguém fosse curado (1Rs 17.20-23; At 28.8; Tg 5.14-16), pelo perdão dos pecados (Ed 9.5-15; Dn 9; At 7.60), para Deus dar capacidade às pessoas investidas de autoridade para governarem bem (1Cr 29.19; 1Tm 1.1,2), pelo crescimento na vida cristã (Fp 1.9-11; Cl 1.10,11), por pastores para que sejam capazes (2Tm 1.3-7), pela obra missionária (Mt 9.38; Ef 6.19,20), pela salvação do próximo (Rm 10.1) e para que os povos louvem a Deus (Sl 67.3-5). Qualquer coisa que a Bíblia revele como a perfeita vontade de Deus para o seu povo pode ser um motivo apropriado para a oração intercessória.
CONCLUSÃO
A perseverança na oração é essencial para que o crente receba as bênçãos da parte de Deus. O salmista disse: “Esperei com paciência no Senhor, e ele se inclinou para mim”. Tendo sido grandemente abençoado, ele passou a louvar a Deus. Assim, devemos confiar no Senhor, no Seu poder, no Seu amor, e, também, na Sua soberania.
Elaboração pelo:- Ev. Isaias Silva de Jesus
II. CARACTERÍSTICAS DA ORAÇÃO PERSEVERANTE
Perseverar quer dizer “conservar- se firme e constante; persistir, prosseguir, continuar”(Dicionário Aurélio). A oração perseverante tem esses significados.
1. E feita com fé (vv.5,6a). Tiago, exorta que, se alguém tem falta de sabedoria, deve pedi-la a Deus; pedindo, “porém, com fé, não duvidando”. Quem duvida é comparado pelo apóstolo como a “onda do mar, que é levada pelo vento e lançada de uma para outra parte” (v.6b). A dúvida é a inimiga número um da fé.
A fé é a confiança inabalável em Deus, sendo “o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não vêem” (Hb 11.1). Só persevera na oração quem tem fé. Quem não ora com fé é candidato a não receber nada da parte de Deus (v.7).
2. E paciente. A impaciência é o maior inimigo da oração perseverante. Nos dias apressados em que vivemos, são poucos os que se dedicam à oração perseverante. Hoje, em geral, as coisas têm a marca da pressa. A comida, por exemplo, é “fast food” (alimentação rápida, em inglês). A maioria dos crentes gosta mais da oração rápida, “instantânea”. A oração perseverante desafia a paciência do orante. Exige tempo, cuidado, interesse em estar na presença de Deus. A Bíblia diz: “Não te apresses em sair da presença dele…” (Ec 8.3a). Jesus ensinou a parábola do juiz iníquo (Lc 18.1-8), na qual ressalta o valor da persistência na oração (v.7). Em Mt 7.7, lemos “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e encontrareis; batei e abrir-se-vos-á”.
3. Leva em conta a vontade de Deus. Na oração perseverante, o crente espera confiando na Vontade de Deus para o que Lhe pede. Na oração-modelo, Jesus ensinou: “Venha o teu Reino Seja feita a tua vontade, tanto terrão como no céu (Mt 6.10). Ele orou, no Getsêmane, três vezes, submisso à vontade do Pai: “…não seja como eu quero, mas como tu queres” (Mt 26.39); “Meu pai, se este cálice não pode passar de mim sem eu o beber, faça-se a tua vontade” (Mt 26.42); na terceira vez, disse “as mesmas palavras” (Mt 26.44). O chamado Movimento da Fé ensina que nunca se deve dizer “se for da tua vontade…”. Isso é falsa doutrina. Submeter-se à vontade de Deus é sinal de humildade ante a soberania do Senhor. Há quem pregue que só se deve orar uma vez por um problema, dizendo que repetir a oração é falta de fé. Não entendemos assim, pois a Bíblia manda orar sem cessar (1 Ts 5.17); perseverar na oração (Cl 4.2). Homens e mulheres de oração passam, em média, pelo menos, uma hora de oração por dia.
III. ORAÇÃO PERSEVERANTE OU CONFISSÃO POSITIVA?
1. A confissão positiva. Segundo Hank Hanegraaf no livro Cristianismo em Crise, (CPAD), confissão positiva é um dos elementos básicos do Movimento da Fé. Um dos seus arautos modernos diz que recebeu diretamente de Jesus a “Fórmula da Fé”, que se constitui de quatro pontos:
1) Diga a coisa;
2) Faça a coisa;
3) Receba a coisa e
4) Conte a coisa. A confissão positiva é o primeiro ponto.
a) Tudo depende do indivíduo. Segundo essa doutrina, “positiva ou negativamente, tudo depende do indivíduo. De acordo com o que o indivíduo disser é que ele receberá”. Note-se, aí, que tudo depende do indivíduo. A vontade de Deus fica deixada de lado.
Para os que seguem essa doutrina, não se deve orar, dizendo “seja feita a tua vontade…”. Basta “decretar” que algo aconteça e deve acontecer! Tais ensinos têm levado muitos ao desespero. Certos crentes têm dito a enfermos que “decretem” sua cura e, depois, os doentes morrem; outros, “determinam” que devem ficar ricos, e isso não acontece. Cremos que Deus é Deus de bênçãos, mas Sua vontade é soberana, e Ele não pode ficar dependente da palavra positiva ou negativa de ninguém.
b) Não sabemos orar. A confissão positiva cai por terra, diante da afirmação da Bíblia em Rm 8.26, que diz: “porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis”. Ora, se não sabemos sequer pedir como convém, quanto mais “decretar” alguma coisa de que precisamos.
c) Confissão negativa. O fato de não aceitarmos a confissão positiva, na maneira em que ela é formulada, não deve nos levar ao caminho da confissão negativa, pessimista, em que o crente, lamuriando, diz: “Não posso, estou fraco, não sou ninguém”. A Bíblia nos ensina: “Posso todas as coisas naquele que me fortalece” (Fp 4.13). Note-se que tudo podemos “naquele” que nos fortalece e não em nossas declarações.
2. A oração perseverante. Na oração perseverante, o crente coloca-se na dependência da vontade de Deus, com paciência.
a) Não é obstinação. De acordo com a Bíblia, nenhum homem deve achar-se no direito de receber a resposta de Deus aos seus pedidos ou “decretos”. Moisés, o grande líder do êxodo, rogou a Deus que o deixasse entrar na terra prometida, mas o Senhor lhe disse: “Basta; não me fales mais neste negócio” (Dt 3.26). E ele não insistiu mais. Paulo orou a Deus três vezes sobre o “espinho na carne” e o Senhor lhe respondeu: “A minha graça te basta porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2 Co 12.8,9).
b) Nada tem a ver com pensamento positivo. A oração perseverante fundamenta-se na fé em Deus e na Sua vontade soberana. João, em sua primeira epístola, diz: “E esta é a confiança que temos nele: que, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve” (1 Jo 5.14). O apóstolo do amor doutrina sobre a eficácia da oração, enfatizando que Deus nos ouve “em tudo o que pedimos”, de modo que alcançamos as petições “que lhe fizemos” (1 J0 5.14,15). Se isolarmos o último versículo, cairemos na confissão positiva. Mas, ligando-o com o anterior, veremos que a expressão-chave é “segundo a sua vontade”. O pensamento positivo coloca a fé na fé; a fé nas palavras. Estas passam a ter um valor absoluto, independente da vontade de Deus. Oração perseverante baseia-se na fé, na paciência e na vontade de Deus.
c) É oração contínua. Um exemplo claro, na Bíblia, de oração perseverante, é a que a igreja fez por Pedro, quando ele fora preso por Herodes (At 12.5). Os irmãos oraram de modo contínuo, dia após dia. Ao ser liberto pelo anjo de Deus, Pedro dirigiu-se à casa de Maria, ainda de madrugada, onde “muitos estavam reunidos e oravam” (At 12.12). Se fossem adeptos desses ensinos modernistas, só teriam orado uma vez e ido dormir
IV. Deus responde s orações de Jeremias - 14: 1 - 18
A fome e a espada são inevitáveis (14.1-18). Jeremias lamentou que uma seca severa tivesse recaído sobre a terra, confessou tupecado da nação e pediu ao Senhor que restaurasse seu favor.
Respondendo, o Senhor apontou para a perversidade da nação, instruiu Jeremias a deixar de interceder pelo povo e anunciou que não aceitaria os sacrifícios hipócritas das pessoas. Jeremias criticou o fato de a nação depender de falsos profetas e de suas promessas de paz. Esses mentirosos seriam destruidos com o restante da nação.
A intercessão profética é inútil (14.19- 25.9). Mais uma vez, Jeremias intercedeu pela nação, lamentando suas condições, confessando seu pecado e pedindo a intervenção do Senhor. Ele reconhecia que o Senhor não podia ser comparado aos deuses-ídolos e que só ele era a fonte das bênçãos danação. O Senhor declarou que nem Moisés nem Samuel seriam capazes de interceder de maneira eficiente por um povo tão perverso. Os pecados do rei Manassés o haviam levado à ira (cf. 2Rs 21.1-18), e o povo não haviamudado o comportamento. Deus decretou que a morte, a fome e o exílio iriam espalhar-se pela terra.
O Senhor defende seu profeta (15.10-21). Jeremias lamentou mais uma vez a oposição que enfrentava (cf. 12.1-4). Ainda que fosse isento de maldades e tivesse declarado apalavra do Senhor com fidelidade, ele sofreu represálias. Ele questionou a fidedignidade de Deus e pediu ao Senhor que acolhesse sua causa. O Senhor lhe garantiu proteção e defesa divinas diante de seus inimigos. Entretanto, o profeta teve de confessar a sua própria falta de fé e de perseverança em sua missão.
V. O Ministério da Intercessão
“Busquei entre eles um homem que tapasse o muro e se colocasse na brecha perante mim, a favor desta terra, para que eu não a destruísse; mas a ninguém achei.” - Ezequiel 22:30
“Antes de tudo, pois exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens…” - I Tm 2:1
Há três ministérios para os quais fomos chamados: Adoração, Intercessão e Testemunho. A maioria de nós tem praticado o primeiro e o último. Há falta, contudo, de genuína intercessão.
Interceder significa literalmente “interpor-se”, “colocar-se entre”. É se colocar entre Satanás e a sua força de destruição e aquele a quem ele quer destruir, e livrar o oprimido. É colocar-se entre Deus e alguém que carece do favor divino, e clamar por libertação. É se por na brecha do muro em prol daqueles pelos quais Cristo derramou o seu preciosíssimo sangue, e clamar para que a graça de Deus os alcance… Interceder é gastar horas a sós na presença de Deus em fervente oração, em prol de alguém ou de alguma causa. Intercessão é o parto de alma espiritual que traz à luz filhos espirituais.
Há na Bíblia registros de intercessões maravilhosas, como por exemplo a de Abrão quando o Senhor estava para destruir as cidades de Sodoma e Gomorra (Gênesis 18: 22-33); Moisés clamou e Deus mudou os seus desígnios para com o povo, retirando o mal que dissera havia de fazer (Êxodo 32:11-14); no dia seguinte, novamente Moisés intercedeu com profundidade de alma:
“Agora, pois perdoa-lhes o pecado; ou, se não, risca-me, peço-te, do livro que escreveste.” (Êxodo 32: 30-25). O salmo 106:23 testifica sobre o resultado destas intercessões de Moisés dizendo: “Tê-los-ia exterminado, como dissera, se Moisés, seu escolhido, não se houvesse interposto, impedindo que sua cólera os destruísse.”
O maior exemplo contudo é o do Senhor Jesus que “pelos transgressores intercedeu” (Is 53:12 - Mc 15:28 - Lc 22:37). Intercedeu por Pedro (Lc 22:31,32). Pelos seus escolhidos, na oração sacerdotal (João 17). Jesus gastou apenas três anos e meio no exercício do seu ministério público entre os homens, e já há quase dois mil anos “está à direita de Deus” a interceder por nós (Rm 8:34) e “pode salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles.” (Hb 7:25). Antes do Pentecostes, houve incessante oração no Cenáculo. A oração no Monte precedeu aos Dez Mandamentos. A intercessão de Estevão resultou na conversão de Saulo de Tarso, que veio a ser o grande Apóstolo Paulo (Atos 6:57-60). A intercessão precede a salvação. É Getsêmani antes do Calvário! Antes da sua morte na cruz, o Senhor Jesus agonizou em intercessão por nós no jardim do Getsêmani, e fomos salvos.
Em Isaías 59:16 já estava previsto que o Senhor não acharia quem o ajudasse a interceder, assim, Jesus lutou sozinho em parto de alma para gerar filhos espirituais. É o que está escrito em Isaías 66:8 “pois Sião, antes que lhe viessem as dores, deu à luz seus filhos”. Ana agonizou em oração pedindo um filho, e, mesmo sendo ela uma mulher estéril, o milagre ocorreu, e o filho lhe foi dado por Deus (I Sm 1:9-18).
David Brainerd, jovem missionário enviado para pregar no terrível oeste americano, para os sanguinários índios peles-vermelha, morreu com apenas trinta e três anos de idade, tuberculoso, dentro de uma cisterna onde procurava se esconder da friagem, clamando: “Dá-me almas, senão eu morro”. Após a sua morte ocorreu um fenômeno: - milhares de índios se converteram por toda parte!
Suzana Wesley, mesmo sendo mãe de dezenove filhos, orava cerca de uma hora por dia. Dois dos seus filhos juntos ganharam milhares de almas para Cristo. São eles João Wesley, o Pregador, e Carlos Wesley, o Poeta e Compositor, autor de mais de 1500 hinos!
João Oxtoby, orava com tal fervor que passou a ser conhecido como “Joãozinho da oração”. O concílio da Igreja Metodista estava para tomar a decisão de fechar o campo missionário de Filey, uma vez que vários pregadores já haviam sido enviados e não estavam alcançando resultados. Joãozinho comovido pediu mais uma chance para aquele povo. O concílio decidiu atender. Como não havia nenhum obreiro disposto a ir, Joãozinho se apresentou e foi! Nas primeiras pregações nada ocorreu… Joãozinho então se embrenhou na mata e, em agonia de alma, orava, mais ou menos assim: “Não podes fazer de mim um palhaço! Eu disse aos crentes lá em Bridlington que tu vivificarias a tua obra, e agora é preciso que assim o faças. De outro modo nunca mais terei coragem de lhes mostrar o rosto… então o que dirá o povo sobre a oração e a fé…” Depois clamou: “Filey está conquistada! Filey está conquistada! E saiu cantando e clamando pelas ruas:
“Voltai-vos para o Senhor e buscai a salvação”. Milhares se converteram. - transcrito do Livro: Paixão Pelas Almas, de Oswald J. Smith.
John Hyde, conhecido como “O Homem que Orava”, foi missionário na Índia. Inicialmente nas suas intercessões pedia a Deus que lhe desse a conversão de uma alma por dia. Deus ouviu e atendeu a sua oração. Passou, então, a solicitar duas almas por dia. Deus lhas deu. Aumentou o número para quatro! Milhares se converteram na Índia. Na sua biografia “O Homem Que Orava”, é registrado que John Hyde orava com tamanha intensidade de alma, que uma certa feita, um seu companheiro de oração não suportou permanecer ao seu lado, porque um calor muito forte encheu todo o aposento…
No texto de Ezequiel 22:30 o Senhor diz que não achou intercessores, que se pusessem na brecha do muro e clamassem pelo povo. Esta falta ainda continua sendo sentida em muitas igrejas. Quando há intercessões, almas se convertem.
Há registros históricos de que “diversos membros da congregação de Jônatas Edwards haviam passado a noite inteira em oração, antes dele haver pregado o seu memorável sermão: “Os pecadores nas Mãos de Um Deus Irado”. O Espírito Santo se derramou em catadupas tão poderosas, e Deus se manifestou de tal maneira, em santidade e majestade, durante a pregação daquele sermão, que os anciãos lançaram os braços em redor das colunas do templo clamando: “Senhor, salva-nos, que estamos caindo no inferno!” - transcrito do Livro: Paixão Pelas Almas, de Oswald J. Smith.
A base para o crescimento da igreja está na oração de intercessão. Aprouve a Deus estabelecer assim. Se queremos contemplar conversões precisamos semear na comunidade profundo amor e paixão pelas almas perdidas, e insistir neste mister até que, voluntariamente, comecemos a ver nas reuniões de oração da igreja lágrimas sendo vertidas em prol dos pecadores perdidos.
Não há fórmulas, métodos, ou estratégias mais eficazes para a conversão de pecadores, do que a fervorosa intercessão.
A igreja precisa entrar em parto de alma para gerar os seus filhos espirituais
VI. A INTERCESSÃO
Dn 9.3 “E eu dirigi o meu rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração, e rogos, e jejum, e pano de saco, e cinza.”
Pode-se definir a intercessão como a oração contrita e reverente, com fé e perseverança, mediante a qual o crente suplica a Deus em favor de outra pessoa ou pessoas que extremamente necessitem da intervenção divina. A oração de Daniel no cap. 9 é uma oração intercessória, pois ele ora contritamente em favor da restauração de Jerusalém e de todo o povo de Israel. A Bíblia nos fala da intercessão de Cristo e do Espírito Santo, e de numerosos santos, homens e mulheres do antigo e do novo concerto.
VII. A INTERCESSÃO DE CRISTO E DO ESPÍRITO SANTO
(1) Jesus, no seu ministério terreno, orava pelos perdidos, os quais Ele viera buscar e salvar (Lc 19.10). Chorou, quebrantado, por causa da indiferença da cidade de Jerusalém (Lc 19.41). Orava pelos seus discípulos, tanto individualmente (ver Lc 22.32) como pelo grupo todo (Jo 17.6-26). Orou até por seus inimigos, quando pendurado na cruz (Lc 23.34).
(2) Um aspecto permanente do ministério atual de Cristo é o de interceder pelos crentes diante do trono de Deus (Rm 8.34; Hb 7.25; 9.24; ver 7.25 nota); João refere-se a Jesus como “um Advogado para com o Pai” (ver 1Jo 2.1 nota). A intercessão de Cristo é essencial à nossa salvação (cf. Is 53.12). Sem a sua graça, misericórdia e ajuda que recebemos mediante a sua intercessão, nós nos desviaríamos de Deus e voltaríamos à escravidão do pecado.
(3) O Espírito Santo também está empenhado na intercessão. Paulo declara: “não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis” (Rm 8.26 nota). O Espírito Santo, através do espírito do crente, intercede “segundo Deus” (Rm 8.27). Portanto, Cristo intercede pelo crente, no céu, e o Espírito intercede dentro do crente, na terra.
VIII. A INTERCESSÃO DO CRENTE
A Bíblia refere-se constantemente às orações intercessórias do crente e registra numerosos exemplos de orações notáveis e poderosas.
(1) No AT, os líderes do povo de Deus, tais como os reis (1Cr 21.17; 2Cr 6.14-42), profetas (1Rs 18.41-45; Dn 9) e sacerdotes (Ed 9.5-15; Jl 1.13; 2.17,18), deviam ser exemplos na oração intercessória em prol da nação. Exemplos marcantes de intercessão no AT, são as orações de Abraão em favor de Ismael (Gn 17.18) e de Sodoma e Gomorra (Gn 18.23-32), as orações de Davi em favor de seus filhos (2Sm 12.16; 1Cr 29.19), e as de Jó em favor de seus filhos (Jó 1.5). Na vida de Moisés, temos o exemplo supremo no AT, quanto ao poder da oração intercessória. Em várias ocasiões ele orou intensamente para Deus alterar a sua vontade, mesmo depois de o Senhor declarar-lhe aquilo que Ele já resolvera executar.
Por exemplo, quando os israelitas se rebelaram e se recusaram a entrar em Canaã, Deus falou a Moisés que iria destruí-los e fazer de Moisés uma nação maior (Nm 14.1-12). Moisés, então, levou o assunto ao Senhor em oração e implorou em favor dos israelitas (Nm 14.13-19); no fim da sua oração, Deus lhe disse: “Conforme à tua palavra, lhe perdoei” (Nm 14.20; ver também Êx 32.11-14; Nm 11.2; 12.13; 21.7; 27.5; ver o estudo A ORAÇÃO EFICAZ). Outros poderosos intercessores do AT são Elias (1Rs 18.21-26; Tg 5.16-18), Daniel (9.2-23) e Neemias (Ne 1.3-11).
(2) O NT apresenta mais exemplos, ainda, de orações intercessórias. Os evangelhos registram como os pais e outras pessoas intercediam com Jesus em favor dos seus entes queridos.
Os pais rogavam a Jesus para que curasse seus filhos doentes (Mc 5.22-43; Jo 4.47-53); um grupo de mães pediu que Jesus abençoasse seus filhos (Mc 10.13). Certo homem de posição implorou, pedindo a cura de seu servo (Mt 8.6-13), e a mãe de Tiago e João intercedeu diante de Jesus em favor deles (Mt 20.20,21).(3) A igreja do NT intercedia constantemente pelos fiéis. Por exemplo, a igreja de Jerusalém reuniu-se a fim de orar pela libertação de Pedro da prisão (At 12.5, 12). A igreja de Antioquia orou pelo êxito do ministério de Barnabé e de Paulo (At 13.3). Tiago ordena expressamente que os presbíteros da igreja orem pelos enfermos (Tg 5.14) e que todos os cristãos orem “uns pelos outros” (Tg 5.16; cf. Hb 13.18,19). Paulo vai mais além, e pede que se faça oração em favor de todos (1Tm 2.1-3).
(4) O apóstolo Paulo, quanto à intercessão, merece menção especial. Em muitas das suas epístolas, discorre a respeito das suas próprias orações em favor de várias igrejas e indivíduos (e.g., Rm 1.9,10; 2Co 13.7; Fp 1.4-11; Cl 1.3,9-12; 1Ts 1.2,3; 2Ts 1.11,12; 2Tm 1.3; Fm .4-6). Vez por outra fala das suas orações intercessórias (e.g., Ef 1.16-18; 3.14-19; 1Ts 3.11-13). Ao mesmo tempo, também pede as orações das igrejas por ele, pois sabe que somente através dessas orações é que o seu ministério terá plena eficácia (Rm 15.30-32; 2Co 1.11; Ef 6.18-20; Fp 1.19; Cl 4.3,4; 1Ts 5.25; 2Ts 3.1,2).
IX. PROPÓSITOS DA ORAÇÃO INTERCESSÓRIA
Nas numerosas orações intercessórias da Bíblia, os santos de Deus intercediam para que Deus sustasse o seu juízo (Gn 18.23-32; Nm 14.13-19; Jl 2.17), que restaurasse o seu povo (Ne 1; Dn 9), que livrasse as pessoas do perigo (At 12.5,12; Rm 15.31), e que abençoasse o seu povo (Nm 6.24-26; 1Rs 18.41-45; Sl 122.6-8).
Os intercessores também oravam para que o poder do Espírito Santo viesse sobre os crentes (At 8.15-17; Ef 3.14-17), para que alguém fosse curado (1Rs 17.20-23; At 28.8; Tg 5.14-16), pelo perdão dos pecados (Ed 9.5-15; Dn 9; At 7.60), para Deus dar capacidade às pessoas investidas de autoridade para governarem bem (1Cr 29.19; 1Tm 1.1,2), pelo crescimento na vida cristã (Fp 1.9-11; Cl 1.10,11), por pastores para que sejam capazes (2Tm 1.3-7), pela obra missionária (Mt 9.38; Ef 6.19,20), pela salvação do próximo (Rm 10.1) e para que os povos louvem a Deus (Sl 67.3-5). Qualquer coisa que a Bíblia revele como a perfeita vontade de Deus para o seu povo pode ser um motivo apropriado para a oração intercessória.
CONCLUSÃO
A perseverança na oração é essencial para que o crente receba as bênçãos da parte de Deus. O salmista disse: “Esperei com paciência no Senhor, e ele se inclinou para mim”. Tendo sido grandemente abençoado, ele passou a louvar a Deus. Assim, devemos confiar no Senhor, no Seu poder, no Seu amor, e, também, na Sua soberania.
Elaboração pelo:- Ev. Isaias Silva de Jesus
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